13/08/2012
A última criança
Trabalho com empenho
Para um filho que ainda não tenho
Sempre puro e sem engenho
Na relação que mantenho
Dar-te-ei um lar com as condições que nunca tive
Educação exemplar, que disso ninguém duvide
Serás tu quem decide, todo o homem nasce livre
Serei o teu melhor amigo, que nada te intimide
Faremos longos passeios, o nosso melhor desporto
Vestidos a rigor, no estádio do nosso porto
Dar-te-ei conforto até que o meu corpo caia morto
Dou por mim absorto, perdido, imaginando o teu rosto
Mostrar-te-ei ferramentas de múltipla escolha
Neste mundo selvagem, não viverás dentro da bolha
Procurarei incentivar as tuas aptidões
Estarei lá para confortar as tuas más decisões
Dou-te mimos e sermões, aniversários com balões
Entre berlindes e piões, carrinhos e aviões
Tu és bravo, puto persegue o teu sonho
Não te limites a um cenário medonho
Imprime o teu cunho, reflecte o orgulho
Que vem do empenho do trabalho feito a punho
Tu podes ser tudo que te propuseres
Tu podes ter tudo aquilo que tu quiseres
O livro da vida está em branco á tua frente
Escreve-o sempre com o fim feliz em mente
Não permitas que o passado seja um obstáculo
Deixa essas memórias serem sugadas para o vácuo
Vive com brio, brilha neste mundo sombrio
Ilumina o caminho dos que trazes contigo
Mesmo quando pareças perdido nunca esmoreças
Mantém a visão, por favor não te esqueças
Que o futuro deste planeta depende de ti
Por isso absorve as rimas que te deixo aqui
Ainda há esperança na última criança
Na sua herança mora a boa aventurança
Ao futuro da raça o ódio é uma ameaça
O amor é a chama, a hora de mudança
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário